quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Astrônomos descobrem "El Gordo", o maior aglomerado de galáxias longínquo


Foto: Nasa/ESO
El Gordo: na imagem, uma composição do que seria o maior aglomerado de galáxias longínquo
Astrônomos deram o apelido de "El Gordo" ao maior aglomerado de galáxias  já observado no universo longínquo.  O aglomerado de galáxias extremamente quente e de massa elevada foi descoberto por uma equipe internacional de astrônomos que usaram dados do Very Large Telescope (VLT,) do Observatório Europeu do Sul (ESO), e do telescópio de raio-x Chandra, da Nasa.
A equipe, liderada por astrônomos chilenos e da Universidade Rutgers, descobriu "El Gordo" ao detectar uma distorção da radiação cósmica. O brilho tênue seria o resto da primeira radiação vinda do Big Bang, explosão que deu origem do universo, muito densa e extremamente quente há cerca de 13,7 bilhões de anos.

Esta radiação que resta do Big Bang interage com os elétrons do gás quente dos aglomerados de galáxias, distorcendo a aparência do brilho de fundo de microondas visto a partir da Terra. Quanto maior e mais denso for o aglomerado, maior será este efeito.
“Este aglomerado tem mais massa, é mais quente e emite mais raios-X do que qualquer outro aglomerado encontrado a esta distância ou a distâncias ainda maiores,” disse Felipe Menanteau da Universidade Rutgers, que liderou o estudo apresentado hoje (10) no Encontro da Sociedade Astronômica Americana, realizado em Austin, Texas.

O aglomerado é composto por dois sub-aglomerados separados de galáxias em colisão com uma velocidade de vários milhões de quilômetros por hora, e que se encontram tão afastados de nós que a sua luz teve que viajar durante sete bilhões de anos para chegar até à Terra.

Os aglomerados de galáxias são os maiores objetos mantidos pela força da gravidade que existem no universo. O processo da sua formação, a partir de grupos de galáxias menores que se fundem, depende da quantidade de matéria escura do universo naquele momento.


“Aglomerados de galáxias gigantescos como este são exatamente o que estávamos procurando,” disse o membro da equipe Jack Hughes, da Universidade Rutgers. “Queremos ver se conseguimos compreender como se formam estes objetos tão extremos, utilizando os melhores modelos cosmológicos disponíveis hoje em dia.”

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